O histórico de cirurgias pélvicas está diretamente relacionado à fertilidade feminina, sendo um fator muitas vezes negligenciado. De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun (ou Tosyn Lopes), cirurgias realizadas na região pélvica podem levar à formação de aderências, que são tecidos cicatriciais que se desenvolvem de forma anormal e podem comprometer a mobilidade ou bloquear as tubas uterinas. Essa obstrução impede que o óvulo e o espermatozoide se encontrem, dificultando significativamente a concepção natural.
Essas aderências pélvicas podem surgir após procedimentos como cesarianas, miomectomias, laparoscopias e apendicectomias, entre outros. A depender da extensão e da localização dessas cicatrizes internas, a fertilidade pode ser afetada de forma temporária ou definitiva. Por isso, é fundamental entender como essas alterações ocorrem e quais são suas implicações reprodutivas, especialmente para mulheres em idade fértil que planejam uma gestação.
Entenda mais, a seguir!
Como as cirurgias pélvicas podem afetar a fertilidade?
As cirurgias pélvicas envolvem a manipulação de estruturas delicadas do sistema reprodutor, como útero, ovários e tubas uterinas. Quando essas regiões são operadas, o corpo inicia um processo de cicatrização natural que pode resultar na formação de aderências. Essas aderências atuam como pontes fibrosas que ligam órgãos que normalmente deveriam estar separados, comprometendo a função anatômica e fisiológica dessas estruturas.
No caso das tubas uterinas, mesmo uma aderência pequena pode impedir o trajeto do óvulo até o útero, dificultando a fecundação. Além disso, as aderências podem causar dor pélvica crônica e aumentar o risco de gravidez ectópica. Tosyn Lopes ressalta que a avaliação ginecológica adequada após qualquer cirurgia pélvica é indispensável para identificar precocemente alterações que possam interferir na fertilidade futura.
Quais são os principais sinais de aderências nas tubas uterinas?
Identificar a presença de aderências nas tubas pode ser um desafio, pois muitas mulheres não apresentam sintomas evidentes. Alguns sinais podem indicar a existência dessas formações, como dor durante a menstruação, desconforto nas relações sexuais e dificuldades para engravidar mesmo após tentativas regulares. Em alguns casos, exames de imagem como a histerossalpingografia ajudam a detectar obstruções nas tubas.

Outro sinal importante é o histórico de intervenções cirúrgicas, especialmente se houver mais de um procedimento na região pélvica. Mulheres que passaram por miomectomia, retirada de cistos ovarianos ou tratamento de endometriose devem ficar atentas. Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica que a histeroscopia e a videolaparoscopia são ferramentas diagnósticas e terapêuticas que auxiliam na confirmação da presença de aderências e na avaliação da gravidade da situação.
Existe tratamento para as aderências que dificultam a gravidez?
Sim, há tratamentos disponíveis que podem melhorar as chances de gravidez, dependendo do grau e da localização das aderências. Como menciona Tosyn Lopes , em muitos casos é possível realizar uma laparoscopia cirúrgica para remover ou romper essas formações, restaurando a passagem nas tubas uterinas. No entanto, o sucesso do procedimento depende do tempo de formação da aderência e da resposta individual do organismo.
Quando a cirurgia não é suficiente ou quando as tubas estão completamente comprometidas, a fertilização in vitro (FIV) pode ser uma alternativa viável. Cada caso deve ser analisado individualmente, levando em conta a idade da mulher, sua reserva ovariana e outros fatores associados à infertilidade. O acompanhamento com um especialista em reprodução assistida é fundamental para definir o tratamento mais adequado e seguro.
O histórico de cirurgias pélvicas deve ser sempre considerado durante a investigação da fertilidade feminina. Conforme Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a formação de aderências nas tubas uterinas é uma das consequências mais relevantes dessas intervenções e pode comprometer a capacidade de conceber de forma natural. Por isso, mulheres com esse histórico cirúrgico devem buscar avaliação médica detalhada antes de iniciar tentativas de engravidar.
Tosyn Lopes enfatiza a importância de um cuidado ginecológico contínuo, especialmente após procedimentos cirúrgicos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem aumentar significativamente as chances de gravidez, além de melhorar a qualidade de vida da mulher. Entender como as cirurgias pélvicas influenciam a fertilidade é essencial para promover decisões conscientes e garantir o bem-estar reprodutivo a longo prazo.
Autor: Luvox Pherys