O impacto econômico do tarifaço de Trump começa a se desenhar no Amapá, estado que, embora menos afetado em comparação a outras regiões do Brasil, já enfrenta perdas financeiras significativas. A imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros destinada a entrar em vigor no início de agosto trouxe uma série de consequências para o comércio amapaense, com prejuízos estimados em pelo menos 36 milhões de reais. Esse dado reforça que, mesmo em níveis mais modestos, o impacto econômico do tarifaço é real e preocupante para a economia local.
Dados da Confederação Nacional da Indústria apontam que o Amapá figura entre os estados com menor impacto econômico do tarifaço no país, muito em função da menor dependência das exportações para os Estados Unidos. Contudo, o cenário não é desprezível: a retração já começou a ser sentida no comércio e na indústria, com exportadores locais suspendendo envios, principalmente de produtos como o açaí, que possuem forte ligação com o mercado americano. O impacto econômico do tarifaço se mostra assim uma ameaça latente à sustentabilidade financeira da região.
O cenário nacional revela uma realidade distinta, onde regiões Sul e Sudeste sofrem perdas bilionárias. A diferença nas proporções de impacto econômico do tarifaço entre estados indica como a dinâmica das relações comerciais é desigual no Brasil. Estados como Amazonas e Pará, vizinhos do Amapá, enfrentam consequências muito mais severas, o que acentua a urgência de políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos negativos em toda a região Norte.
No Amapá, a participação dos Estados Unidos nas exportações alcançou 10,1% em 2024, o que representa um volume de aproximadamente 16,2 milhões de dólares. O setor de alimentos, especialmente o açaí, domina esse fluxo comercial, sendo a principal categoria exportada para o mercado norte-americano. É nesse contexto que o impacto econômico do tarifaço ganha força, ao colocar em risco a continuidade das operações e a geração de emprego para milhares de famílias ligadas à cadeia produtiva desses alimentos.
Na contramão das exportações, o Amapá também importa substanciais volumes dos Estados Unidos, totalizando cerca de 47 milhões de dólares em 2024, com destaque para o petróleo bruto, gás natural e equipamentos de transporte. Essas importações, que são fundamentais para a infraestrutura e desenvolvimento industrial local, poderão sofrer efeitos indiretos pela nova tarifa, agravando ainda mais o impacto econômico do tarifaço sobre o estado.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria alertou para os efeitos adversos do aumento tarifário americano, classificando-o como “expressivo e injustificável”. Segundo ele, a medida compromete a competitividade das exportações brasileiras e penaliza setores produtivos estratégicos, evidenciando a amplitude do impacto econômico do tarifaço no panorama industrial nacional, mesmo nos estados menos atingidos como o Amapá.
Além das perdas financeiras, o impacto econômico do tarifaço de Trump reverbera nas relações políticas entre Brasil e Estados Unidos. O governo brasileiro tenta sem sucesso negociar uma interlocução direta para reverter ou amenizar a tarifa, enquanto o presidente Lula afirma que “ninguém quer conversar”. A ausência de diálogo aumenta a incerteza e agrava as consequências econômicas para estados como o Amapá, que dependem do comércio externo para sua estabilidade.
Por fim, o impacto econômico do tarifaço no Amapá é um alerta sobre a vulnerabilidade das economias regionais diante de medidas protecionistas internacionais. Embora o estado figure entre os menos afetados, as perdas já contabilizadas mostram que nenhuma região está imune às turbulências provocadas por decisões políticas de grandes potências. A resposta do Brasil precisa ser firme, unificada e eficaz para garantir que o impacto econômico do tarifaço seja contido e que o desenvolvimento do Amapá siga seu curso sem maiores prejuízos.
Autor: Luvox Pherys