Demitido em janeiro, Ron De Jesus alega que a empresa o dispensou depois que ele levantou preocupações sobre o armazenamento e o compartilhamento de dados pelo aplicativo, incluindo fotos íntimas e status de HIV
Ron De Jesus, ex-diretor de privacidade do Grindr, acusou a empresa de reter ilegalmente dados dos usuários e violar as leis globais de privacidade. Demitido em janeiro, De Jesus alega que a empresa o dispensou depois que ele levantou preocupações sobre o armazenamento e o compartilhamento de dados pelo aplicativo, incluindo fotos íntimas e status de HIV.
Segundo o Business Insider, o ex-funcionário abriu um processo contra a empresa por rescisão injusta e retaliação. De acordo com os documentos judiciais apresentados no Tribunal Superior de Los Angeles, De Jesus afirma que o Grindr “prioriza o lucro sobre a privacidade”.
“Em outras palavras, as informações privadas dos usuários, incluindo fotos nuas e outros conteúdos altamente confidenciais, como o status de HIV, não são apenas armazenadas nos sistemas do Grindr, mas também nos sistemas de seus fornecedores e potencialmente recuperáveis por qualquer funcionário do Grindr, ou seu fornecedor de suporte terceirizado, por meio de um backdoor para o aplicativo”, afirma De Jesus no processo.
Essa não é a primeira vez que o Grindr é acusado de falhas ao armazenar as informações de seus usuários. Em 2021, a Noruega multou o aplicativo em US$ 7 milhões por compartilhar ilegalmente dados de usuários – caso que De Jesus também menciona em seu processo. Ele alega que mesmo com a multa, a empresa continuou com práticas semelhantes, violando as leis americanas e europeias de privacidade de dados.
No processo, De Jesus também afirma que um bugs técnicos identificados no aplicativo permitiam que os dados dos usuários, incluindo “bilhões de fotos nuas”, fossem armazenados no sistema – mesmo após a exclusão da conta. Segundo o processo, os principais executivos da empresa foram alertados sobre os problemas, mas optaram por não corrigir na época.
Em comunicado oficial, Patrick Lenihan, porta-voz do Grindr, disse que as alegações de De Jesus no processo são imprecisas. “O Sr. De Jesus foi demitido por ser ineficaz e por administrar mal as práticas de privacidade do Grindr, que eram sua principal responsabilidade”, disse Lenihan. “Através de suas falhas profissionais, o Sr. De Jesus colocou o Grindr e os usuários do Grindr em risco.”